Considerações e opinações sobre a sétima arte.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

PESADELO EM ELM STREET: MAIS AMBIENTE, MENOS AURA

Estreou no mês passado, em Portugal, o filme Pesadelo em Elm Street (Nightmare on Elm Street) realizado por Samuel Bayer, um remake do clássico filme de terror de 1984 com o mesmo nome e realizado por Wes Craven.
Realizar uma readaptação deste clássico torna-se, logo à partida, uma tarefa ambiciosa, não só pela dificuldade que é manter o nível do original, bem como utilizar as novas tecnologias cinematográficas para criar um ambiente mais moderno e mais real. Bayer e Michael Bay, o produtor, levaram em conta tudo isso. Porém, o remake do clássico ficou aquém das expectativas.
Pesadelo em Elm Street conta-nos a história de um bairro que se desola com a morte de alguns adolescentes. Estes foram assombrados por terríveis sonhos, mesmo antes da sua morte. Um estranho um homem, de chapéu e lâminas na mão, predominou nos seus sonhos. Este psicopatia, de seu nomeFred Krueger, ataca as suas vítimas nos seus próprios sonhos, não deixando margem de escapatória, senão mesmo não dormir.
Apesar da cena inicial ser promissora, onde todos os planos e técnicas de som, bem como a agilidade da montagem, proporcionam um ambiente e uma mística bastante assustadora, o novo filme Pesadelo em Elm Street revela-se como uma desastroso atentado à imagem da mítica personagem Freddy Krueger.Krueger deixa de ser aquele psicótico assassino, com o seu forte sarcasmo e a com sua penetrante e simultaneamente assustadora presença, para se tornar num mero espantalho com garras que, apesar de não quebrar o ambiente de terror, cai na banalidade. Com este readaptação, Freddy Krueger perde a sua aura.
Possivelmente, a grande perda seja mesmo a falta de Robert Englund a interpretar a personagem que o imortalizou, perante um Jackie Earle Haley sem qualquer garra e sem qualquer habilidade em encarnar um vilão num filme de terror como no filme Pesadelo em Elm Street. No Krueger de Haley deixamos de ver um monstruoso psicopata com controle pleno de tudo o que acontece e até dos próprios pensamentos dos jovens adolescentes, para assistirmos a um vilão sem sal e até um pouco frágil.
Além do mais, a forma como a narrativa está construída, apesar das muitas semelhanças com o original, não deixa de conduzir o filme para o género de teenage movie, o que mais uma vez quebra a mística do clássico. As próprias personagens são um pouco enfraquecidas com a fraqueza da narrativa, o que leva, à semelhança da personagem central Fred Krueger, a uma queda na banalidade, dentro do género.
Todavia, o esforço de Bayer e de Bay não foi de todo em vão. Apesar da parcial destruição da aura do clássico Nightmare on Elm Street, o novo Pesadelo em Elm Street proporciona um bom ambiente de terror, causando um razoável leque de sustos à audiência. Este remake não chega aos calcanhares do original, mas constitui-se como uma agradável experiência para os amantes do género, devido ao excelente aproveitamento tecnológico, tanto a nível de imagem, como de som.

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